quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Deusa (Josephine Angelini)

Com os deuses livres para deixar o Olimpo e voltar a percorrer a terra e partes da profecia cada vez mais próximas da concretização, Helena sabe que a guerra com os deuses é inevitável. Mas a verdadeira dimensão dos seus poderes e o papel que lhe está destinado na batalha final são ainda elementos que escapam à sua compreensão. Fugir ao que lhe está destinado e encontrar uma solução que não seja o perpetuar da mesma história que, desde Tróia, foi várias vezes repetida, exigirá de Helena todas as suas forças e uma boa dose de astúcia. Mas, à medida que a sua verdadeira força se revela, há, entre os que considera amigos, quem comece a sentir medo do que ela pode fazer. E esse será apenas mais um dos duros golpes com que terá de lidar...
Volume final da trilogia e, por isso, conclusão de toda a história (ou pelo menos da sua linha essencial), este é o livro onde se encontram muitas das respostas para as perguntas deixadas pelos anteriores. Mas é também aqui que a teia se adensa e que a complexidade das relações, das profecias e dos planos se revela em todo o seu potencial. Assim sendo, o grande ponto forte deste livro não podia deixar de ser o desenvolvimento dos elementos mitológicos e a forma como estes se conjugam num enredo cheio de possibilidades inesperadas. 
Do conflito entre Deuses e Rebentos, e da sua repetição ao longo dos tempos, resultam algumas revelações particularmente interessantes. As memórias recentemente adquiridas de Helena, bem como as misteriosas explicações de Hades, apresentam uma versão alternativa para alguns mitos sobejamente conhecidos, o que acaba por ser um dos aspectos mais surpreendentes em todo o livro. Mas, além disso, as novas descobertas - em termos de capacidades, mas também de explicações para os acontecimentos - servem também para colocar as personagens perante decisões complicadas, o que dá origem a momentos de grande intensidade.
E, falando das personagens e da forma como as suas relações evoluem, há um crescimento bastante evidente nas escolhas que tomam e na forma como encaram o futuro, ainda que continuem a surgir algumas atitudes difíceis de compreender. Com a iminência do conflito e a necessidade de definir uma solução definitiva, os pequenos atritos e as indecisões românticas acabam por ficar para segundo plano. O que acontece, então, é que o romance, quando surge, parece agora bastante mais equilibrado. Além disso, as longamente adiadas revelações acabam por desempenhar um papel muito relevante para o que é, no fim de tudo, um final intenso e surpreendente.
A impressão que fica, pois, é a de uma conclusão adequada, com momentos intensos e respostas surpreendentes, numa história em que nem todas as personagens são perfeitas, mas em que, no fim, tudo se conjuga da melhor forma. Um bom final, portanto.

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