quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O Principezinho Põe a Gravata (Borja Vilaseca)

Não há um único funcionário na consultora SAT que se sinta satisfeito com a sua situação laboral. O ambiente é de tensão constante e não há tempo para nada a não ser para um trabalho que nem sequer é valorizado. Mas uma experiência de quase morte mudou ponto de vista do presidente, que agora quer tornar a sua empresa um lugar melhor. É por isso que contrata Pablo Príncipe. Centrado em objectivos de melhorar o conhecimento pessoal e a felicidade no trabalho dos seus colegas, Pablo está determinado a revolucionar a empresa. E, para isso, tem algumas lições a dar...
Apesar de nos contar uma história, este livro não é propriamente o que se pode considerar um romance. Aliás, é o próprio autor que o diz, no início. Mas isso não se deve apenas à conjugação de elementos reais na construção da quase fábula que é, afinal de contas, esta história. Há, acima de tudo, um conjunto de ideias a transmitir, ideias que se elevam acima da história - sendo particularmente evidente a dominância da mensagem nos capítulos dedicados ao breve curso de Pablo - e que acabam por ser o centro de todo o livro. Disto resulta que a história acaba por ser mais um meio de transmitir as ideias do que um objectivo em si. E, por isso, é evidente que alguns dos momentos foram concebidos em função da mensagem, parecendo, talvez, um pouco exagerados.
Mas também há várias vantagens nesta forma de transmitir a mensagem. A primeira é, desde logo, que, ao construir um enredo para as ideias, a leitura se torna bem mais cativante. Além disso, o conjunto de figuras e de experiências por elas vividas propicia o aparecimento de vários exemplos práticos para as ideias apresentadas, tornando-as mais facilmente perceptíveis. É, ainda, possível, se considerarmos a história pela história, destacar alguns momentos especialmente cativantes, já que, ao conferir uma história às suas personagens, o autor justifica as suas formas de estar na vida, humanizando-as. Assim, torna-se mais fácil reter as ideias, porque, exageros à parte, vê-las aplicadas à vida das personagens torna-as mais reais.
O que define, então, este breve, mas cativante livro, é a conjugação de um conjunto de ideias relevantes, abordadas sob a forma de uma história que, sem ser completamente surpreendente, transmite, ainda assim, na perfeição, a mensagem que pretende desenvolver. Trata-se, pois, de uma boa leitura, leve e agradável, mas rica em matéria para reflexão.

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