terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Moon Over Alcatraz (Patricia Yager Delagrange)

O sonho de Brandy Chambers estava prestes a realizar-se, com o iminente nascimento da sua filha. Mas correu tudo mal. A bebé, Christine, morreu ao nascer e, com ela, todas as esperanças de Brandy. Agora, cabe-lhe lidar com a depressão, com um apoio da parte do marido que é bem menos do que devia ser. E é nessa fase conturbada que se encontra com Edward, um amigo dos tempos do liceu que se tornou num homem muito atraente. E que compreende que o seu coração não está onde devia. Deveria ter sido apenas uma noite de amor sem consequências, mas as coisas estão destinadas a outro caminho. E é nesse percurso, entre medo e tristeza, que Brandy terá de descobrir para onde pende o seu coração.
Um dos aspectos mais interessantes deste livro é que, para além de ser uma história de amor, trata também de um percurso de superação de problemas pessoais. Brandy não é propriamente uma protagonista forte, pelo menos não inicialmente, mas alguém que cresce a cada dificuldade, tornando-se uma pessoa melhor na sua busca de uma vida mais feliz. O mesmo sucede com as personagens com quem ela se relaciona. No princípio, não é propriamente fácil sentir empatia para qualquer dos dois homens na vida da protagonista. Edward regressa à vida dela com demasiada hostilidade, enquanto que o comportamento de Weston se define pela indecisão. O que acontece, por isso, é que, a princípio, as escolhas das personagens se tornam difíceis de compreender, mas, felizmente, a evolução do enredo traz mudanças neste aspecto e as experiências vividas pelas personagens – romanticamente e não só – revelam as suas verdadeiras naturezas, justificando, assim, muitas das suas acções.
Também interessante é o desenvolvimento dos dilemas interiores das personagens, quer no que diz respeito ao trabalho de Edward, quer as indecisões de Brandy. Na verdade, estas dúvidas e dificuldades de escolha são a base de alguns dos momentos mais intensos e também dos mais emotivos. E, sendo a emoção o que mais cativa para esta história, são, naturalmente, um ponto especialmente importante.
Ainda uma nota para referir a perspectiva de Brandy enquanto escritora. Não é um elemento muito desenvolvido ao longo do enredo, e não se centra muito nas motivações pessoais – ainda que as circunstâncias sejam uma condicionante. Ainda assim, ao centrar-se especialmente nas partes do trabalho que transcendem o acto de escrever, proporciona um ponto de vista interessante para esse importante elemento da vida da protagonista.
A impressão que fica deste livro é, em suma, a de uma leitura agradável, com uma história interessante, personagens que crescem e,  ao crescer, se tornam mais fortes, e uma boa medida de emoção a manter viva a curiosidade em saber o que se seguirá. Uma boa leitura, portanto. Gostei.

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