sábado, 1 de setembro de 2012

Protegida (Catarina Broco)

Desde o acidente em que o viu pela primeira vez, Aleera não consegue tirar da cabeça o estranho rapaz que lhe perguntou se estava bem. Ziel é um desconhecido e, pior que isso, alguém que, aparentemente, só ela consegue ver, mas o seu coração anseia por voltar a encontrá-lo. E, aparentemente, Ziel sente o mesmo, mas, nos parcos momentos que partilham, não se cansa de reforçar que a sua convivência é impossível. Os sentimentos, contudo, estão lá e, enquanto Alee pondera numa explicação para as estranhas características de Ziel, os que a rodeiam perguntam-se o que a terá mudado e, entre os pesadelos que passaram a habitar o seu sono e os perigos reais com que se cruzam, o pensamento de Aleera continuam presos em Ziel. Mas o que é ele, afinal?
Tendo como base o clássico romance impossível entre humana e ser sobrenatural, esta não é uma história particularmente surpreendente, pelo menos no que diz respeito ao enredo. Aleera é uma figura relativamente frágil e fascinada pelo mistério que entrou na sua vida com a descoberta de Ziel e este é o clássico estranho misterioso, cheio de segredos e que anuncia que a sua relação é impossível, ao mesmo tempo que é incapaz de se afastar. A história é a da interacção entre ambos e da forma como o que os compele um para o outro se sobrepõe à necessidade de manter a distância. Nada de muito novo, portanto, na linha geral dos acontecimentos.
Mas há pequenos pormenores e momentos ao longo do enredo que conseguem surpreender e manter a curiosidade em saber o que irá acontecer a seguir com os protagonistas. Do lado de Aleera, há a curiosidade insaciável em resolver os enigmas da sua vida, tanto no que diz respeito aos diários da mãe como nas possíveis explicações para a identidade de Ziel. Aqui há alguns detalhes cativantes, como as explicações para as mudanças de cor dos olhos. Já do lado de Ziel, cativa a forma como a sua natureza vai sendo apresentada, sempre em tom de mistério, mas com algumas características curiosas.
O grande problema deste livro é a brevidade. A escrita é muito simples, mas, apesar de uma ou outra gralha e de algumas vírgulas fora do sítio, consegue ser agradável quanto baste. O enredo é que, apesar dos seus momentos interessantes, parece decorrer de forma algo apressada e, sendo este um livro pequeno, fica a impressão de que a história podia ter sido mais desenvolvida do que foi. Fica a curiosidade em saber mais e, tendo em conta os melhores momentos da história, a sensação de que mais poderia ser dito sobre o que caracteriza as personagens.
A impressão global que fica deste livro é, portanto, a de uma história que, não sendo particularmente inovadora, tem o suficiente para ser envolvente e agradável, mas que perde um pouco pelo parco desenvolvimento de algumas características e circunstâncias. Interessante, ainda assim.

1 comentário:

  1. Olá!

    Muito obrigada pela crítica feita! É poder saber a opinião dos leitores. Agradeço o tempo dispensado na leitura e também nas suas palavras. Irei estar atenta ao que apontou para poder melhorar.

    Se tiver interesse, já existe "Protegida II".

    Mais uma vez, muito obrigada!

    Catarina

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