domingo, 11 de março de 2012

Refúgio (R.A. Salvatore)

As regras cruéis de Menzoberranzan eram insuportáveis para alguém com os seus princípios invulgares. O Subescuro também não era a resposta, não com a sua própria família determinada a persegui-lo para recuperar o favor de Lolth. Agora, a superfície parece ser a única opção, mas a reputação da sua raça garante-lhe, à partida, que o acolhimento não será caloroso. Apesar disso e das inevitáveis dúvidas, Drizzt não está disposto a desistir enquanto não encontrar um lugar a que possa chamar casa e, apesar dos novos inimigos que cruzam o seu caminho e da forma como as suas tentativas de conciliação são recebidas, também há possíveis aliados e até, talvez, um novo modo de vida a descobrir na procura de um lugar.
Depois do invulgar sistema de Menzoberranzan e das ameaças ocultas no Subescuro, o autor desenvolve agora o mundo à superfície. E um dos lados mais interessantes deste novo desenvolvimento surge na fase inicial do livro, quando a percepção do novo mundo através dos olhos de Drizzt permite conhecer a sua estranheza e as dúvidas que sente, despertando uma certa empatia. Além disso, novas criaturas são apresentadas e os contactos (algo falhados, por vezes) do elfo negro com as raças da superfície proporcionam também bons momentos.
Contrariamente aos volumes anteriores, em que a sombra de Menzoberranzan parecia pairar como prenúncio de um confronto inevitável, neste livro não há propriamente um grande inimigo, mas antes uma série de situações complicadas. Há um elo comum, é certo, mas não se pode dizer que seja uma grande ameaça, antes um incómodo que prevalece. Isto faz com que, ainda que o processo de aprendizagem e descoberta permaneça, para Drizzt, como um elemento essencial, há um maior foco nos momentos de acção, sendo os conflitos o elemento mais desenvolvido e deixando para segundo plano o aprofundar da personalidade dos seus intervenientes.
A escrita é agradável e a história continua a ser bastante envolvente. Menos elaborado a nível de cenários e de regras que os livros anteriores e com mais destaque à acção (e menos à emoção), Refúgio apresenta, ainda assim, uma conclusão cativante e de leitura agradável para a história de um protagonista muito interessante. Gostei, portanto.

1 comentário:

  1. Gostei muito da descrição do livro, pretendo lê-lo, você sempre com suas ótimas descrições, obrigado.
    =)

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