domingo, 7 de novembro de 2010

Ninguém Viu (Mari Jungstedt)

No dia seguinte a uma intensa discussão motivada pelo ciúme, Helena é brutalmente assassinada. O principal suspeito é, inevitavelmente, o namorado, ainda que haja pequenos aspectos da história que parecem não bater certo. Até que, poucos dias depois, um segundo crime vem mudar por completo a perspectiva dos acontecimentos. A pacífica Gotland vive um dos maiores crimes da sua história e, o inspector Anders Knutas, com o auxílio da sua equipa e a intervenção por vezes indesejada do jornalista Johan Berg, tem de descobrir a solução do mistério... antes que haja mais mortes.
Tudo começa numa festa e com a tensão entre Helena e o namorado. Sem grandes introduções e com uma componente descritiva que se centra no necessário, sendo por isso directa e sem exageros, a autora entra directamente num ritmo de acontecimentos que vai crescendo a cada novo acontecimento, para criar uma história envolvente, onde os elementos que revelarão a identidade do culpado vão sendo insinuados lentamente, sem quebrar o efeito surpresa, mesmo quando a autora se coloca na mente do assassino.
Não há uma personagem central no enredo e, ainda que Knutas seja o principal responsável pela investigação, a narrativa oscila entre os acontecimentos que envolvem as vítimas, os jornalistas, os diferentes investigadores e o próprio assassino. Na verdade, é através das pistas deixadas nos pensamentos e memórias deste que se vão encontrando, ao longo da narrativa, os motivos da sua escolha de vítimas e até o acontecimento que terá despoletado a primeira morte.
Para lá da história principal, há ainda alguns aspectos secundários que, ao mesmo tempo que contribuem para um maior conhecimento das personagens e enriquecem a narrativa, deixam já alguns pontos em aberto, despertando uma certa curiosidade para os volumes seguintes desta série que, nos volumes seguintes, promete novas investigações de Anders Knutas, que se insinua já como alguém com uma história bastante maior que simplesmente a das suas investigações.
Envolvente e intrigante, com um final intenso (ainda que, talvez, um pouco rápido demais), um livro que cativa não só pelo mistério propriamente dito, mas pela forma como reflecte um passado que, por mais anos que passem, continua a influenciar o percurso de uma vida. Gostei.

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