terça-feira, 28 de setembro de 2010

Quando os Vampiros Amam (Rui Sousa)

De temática algo obscura e estrutura bastante variável, este pequeno livro contém um conjunto de poemas que, entre o sinistro, a força de uma paixão e as diferentes expressões de adversidade, engloba, numa diversidade de temas, uma essência bastante negra de uma visão perante o mundo. E o que mais me chamou a atenção foi precisamente a temática, a postura do autor perante as diferentes situações e emoções abordadas em cada poema. Existe uma obscuridade quase constante, de facto, mas expressa de diferentes formas e, apesar de tudo, com algumas conotações positivas por entre o soturno e os pequenos toques de morbidez. Assim, as ideias e o sentimento estão lá e são estes elementos que tornam o livro interessante.
Por outro lado, se a mensagem tem potencial, algumas opções há, em termos estruturais, que parecem limitar a sua expressão. Numa boa parte dos poemas o autor opta pela utilização da rima e, ainda que nalguns dos poemas o resultado seja bastante interessante, outros há em que o ritmo parece ficar um pouco comprometido, passando a sensação de algo um pouco forçado.
Interessante, em suma, e com bastante potencial, ainda que não me tenha cativado por completo, por me ter deixado a sensação de que a temática poderia ter sido mais livremente (e longamente) explorada não fossem as barreiras da rima. Bastante forte, ainda assim, em termos de conteúdo, o que me deixa curiosidade em conhecer futuras obras do autor.

Sem comentários:

Enviar um comentário