quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A Biblioteca da Morte (Glenn Cooper)

Nove mortes, ligadas por um único ponto comum. No dia anterior, todas as vítimas receberam um postal com o desenho de um caixão e a data do dia seguinte. Tudo aponta para a acção de um estranho assassino em série e, como tal, o agente especial Will Piper, um homem com um passado complexo e uma reputação manchada, é destacado para a investigação. A situação, contudo, é bem mais complicada do que parece e as suas ramificações espalham-se por diferentes épocas históricas.
Partindo de uma ideia central muito boa e com uma escrita bastante envolvente, este é um livro que tem como principais pontos positivos a diversidade de ambientes (desde os primeiros anos do cristianismo na Bretanha, passando pela Cortina de Ferro e continuando na actualidade) e a ideia por detrás de todo o mistério. O conceito da Biblioteca está muito bem pensado e a forma como as personagens seguem as pistas para uma revelação que só se compreende totalmente ao virar da última página resultam num final impressionante. Além disso, os momentos situados na abadia de Vectis, e relacionados com a estranha criança nascida a 7 de Julho de 777, transmitem na perfeição a aura de mistério e de magia que, muitas vezes, se procura neste tipo de ambientes.
Não é, contudo, uma obra perfeita. Alguns dos capítulos deste livro são demasiado densos, perdendo-se em especulações de natureza política ou financeira, e parecem não contribuir em muito para a história. Junte-se-lhe as quase 200 páginas que decorrem antes de o leitor ser apresentado ao que é o ponto central da história, e o livro acaba por resultar um pouco cansativo, como se o autor estivesse a organizar as suas ideias enquanto escrevia, demorando demasiado a chegar aos elementos fulcrais do enredo.
Conclusão: como fã deste tipo de livro, foi uma leitura que apreciei. Tem muitos elementos interessantes e, em vários pontos, chega a ser viciante, apesar de haver pontos que, contrariamente aos aspectos políticos, gostava de ver mais desenvolvidos. Para quem gosta do género, poderá ser uma boa leitura. Eu gostei. Mas quem estiver à espera de um ritmo alucinante à Dan Brown ficará desiludido.

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